«Uma obra de arte que se preocupa mais em transmitir uma mensagem do que em comprazer o seu auditório é certamente defeituosa» Roger Scruton in "Beleza"
Alguns agentes da blogosfera irudita parecem viver amedrontados com a fantasma da censura, mesmo quando esta não é chamada à equação. O episódio da seguradora que cancelou uma exposição de c*ralhos do artista¹ João Pedro Vale por, segundo este, se tratar de “uma questão de homofobia” (!) parece-me bem mais um daqueles casos de propaganda ao estilo do "fruto proibido é bem mais apetecido", do que propriamente um caso de censura e/ou homofobia.
É natural que os artistas de hoje não consigam reproduzir a arte do Renascimento e julgo que ninguém os obriga a esse patamar. Mas parece-me que desculpabilizar a falta de talento com originalidades ocas e divinizar o grotesco ou o amoral², não é razão suficiente para alguém considerar um balde de urina com um crucifixo como uma forma de arte, ainda que um artista tenha já tentado fazê-lo.
Apesar dos limites da arte estarem longe de ser estandardizados, parece-me que um episódio de quebra de contrato entre um artista e seu mecenas, pouco ou nada tenha a ver com arte ou censura.
¹ ter em atenção que não coloquei aspas
² não confundir com imoral