Domingo, 26 de Junho de 2011

«Dois meses depois da inauguração, o aeroporto de Beja recebe um voo regular semanal, de Londres. No último domingo, o avião com capacidade para 49 lugares, trouxe sete passageiros. Ao final da manhã já não havia vestígios dos turistas e os serviços de apoio estavam fechados. O promotor das viagens considera “pobre” o primeiro mês de voos. Uma opinião contrária à do diretor do aeroporto, que faz uma avaliação muito positiva da nova pista de aterragem alentejana» in EXPRESSO 25 Jun '11

Até aos último suspiro, Sócrates defendeu obras públicas para as quais não tínhamos dinheiro. Veja-se como o absurdo do TGV à perspectiva da crise que atravessamos era mais que um trunfo eleitoral do secretário-geral socialista, era uma inevitabilidade da qual dependia o nosso progresso.

 

A hipoteca do Estado foi sempre feita em consciência pelo governo socialista e para tal bastava dar-lhe o sentido abstracto que não tinha. O de que o mesmo só tem lugar na política de mão estendida, sem consequências, sem outra solução viável. Hoje (quase) todos concordam que afinal o Estado somos todos nós e que o Estado Social gratuíto não existe. Não existe porque o pagamos a cada segundo.

 

Há quem defenda que os socialistas criaram um monstro bem intencionado. Para mim esses paradoxos não têm lugar no socialismo, criaram-no porque viveram dele e para ele. Não porque gostem mais do Povo que todos os demais. Mas sim porque gostam que o Povo lhes pague a inércia intelectual e ideológica, sempre na "melhor" das intenções.

 

E agora, o que será de nós: órfãos do Estado Social?  



publicado por Marco Moreira às 16:31
Domingo, 17 de Abril de 2011

Vi hoje na TV, aquilo que ontem se passava perto de mim. A inauguração no último troço da CRIL. Depois de 40 anos de espera lá se concluíram os pouco mais de 3 quilómetros, e lá conseguiu José Sócrates e os seus boys inaugurarem mais uma obra.

 

Entre os gritos estridentes das cantadeiras do rancho folclórico de sei lá onde, lá ia Sócrates enumerando as obras concluídas na sua legislatura aos senhores jornalistas. Velhinhas vinham de longe perto, em camionetas que a câmara socialista disponibilizou, financiada pelos mesmos de sempre, para abrilhantar a inauguração e besuntar o rosto barbeado do Primeiro Ministro. Beijinhos, tantos que ele distribuiu de sorriso amarelo. Nem parecia encenação.

 

Lá ia a caravana com Sócrates a ver pela janela os inúmeros grafittis que os "jovens", como lhes chamam nos subúrbios franceses, tiverem tempo para fazer. Parecia pensar: «É tão chato inaugurar coisas velhas e sujas»

 

Por lá via-se uma mini-manif, não mais de meia-dúzia, que se indignava por ter que "ir dar uma g'anda volta". Esquecidos pela autarquia, lá estava os moradores da Damaia e do Bairro de Sta. Cruz de Benfica. Antigamente eram vizinhos.

 

Hoje, aceleravam motards a estrear o novo troço "à séria". A grande velocidade queimavam os asfalto a mais de 100 à hora, sem reparar nos flashes dos radares. Flashes que espelham a forma de financiamento da estrada que julgam não ser "a pagar".



publicado por Marco Moreira às 17:15
 
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