António Marinho Pinto é Bastonário da Ordem dos Advogados e os advogados votaram democraticamente a sua reeleição para o cargo que ocupa desde 2008. Desde então ocupa um lugar na opinião pública que jamais na história da Ordem alguém ocupou. Não sei porquê, mas concerteza há uma agenda, mais ou menos preocupante.
De dedo em riste e num tom j'acuse provavelmente resultado de traumas que sofreu durante a sua estadia nas prisões do Estado Novo, insiste em poluir os orgãos de comunicação social, que com culpas no cartório insistem em dar-lhe a palavra que não tem classe para usufruir.
Há dias todos tiveram oportunidade de ver a imagens de uma agressão brutal de duas jovens (termo hoje utilizado para substituir o termo 'marginais') a uma outra na zona de Benfica. Outro jovem do sexo masculino filmou em êxtase a cena com outros sorridentes jovens a assistir à infâmia e decide colocar nas redes sociais a sua obra prima cinematográfica.
O Ministério Público aparentemente quer dar um exemplo de justiça que raramente tem coragem para fazer. Marinho Pinto acusa-o de "terrorismo de estado", "inquisição", etc.
Ainda não dirigiu uma só palavra de solidariedade para com a família da vítima, mas são incontáveis os absurdos argumentos de que as prisões são escolas de crime e que as medidas de coação servem somente para criar novos criminosos. Pelas imagens que vimos, sabemos que estas jovens não precisam de aprender a espancar e humilhar. Submeteram alguém à mercê dos seus apetites violentos sem recurso a um manual de tortura ou estadia num qualquer estabelecimento de correcção.
É interessante ver como desdenha sistematicamente (à semelhança da maioria, diga-se) a justiça bíblica do "olho-por-olho". É medieval diz, mas esquece-se que antes desta lei o olho de um pobre valia menos que o olho de um rei. Bem sei que de pouco me vale fazer alguma apologia às origens desta justiça, a não ser que pretenda ser ostracizado pela sociedade. Talvez seja mais moral dizer que a violência é o espelho da sociedade do que criar medidas extremas para a irradicar. Talvez...
Nota pessoal: Seria interessante saber em quem estará José Sócrates e a máquina socialista ponderar colocar no Ministério da Justiça ou na Procuradoria Geral da República, caso a 5 de Junho se dê a hecatombe.