Segunda-feira, 29 de Agosto de 2011

 

«Tem dias que acordo assim, outros que acordo assado...»



publicado por Marco Moreira às 23:52
Domingo, 29 de Maio de 2011

 

A extrema-direita vandaliza o cemitério judaico. A extrema-esquerda vandaliza o memorial judaico pelas vítimas da Inquisição. 

 

[via Lisboa-Tel Aviv]



publicado por Marco Moreira às 22:44
Quinta-feira, 26 de Maio de 2011

 

José Sócrates está chocado com a colocação do tema "Aborto" na agenda da campanha. Passos Coelho deu o mote e Paulo Portas reconhece que reavaliação da lei do aborto é «uma evidência que se impõe». Louçã fala em sec. XXI e progressismo para avaliar a lei que não fez mais que dar leniência à irresponsabilidade. Hoje, fazem-se mais abortos: legais e ilegais.

 

Convém lembrar José Sócrates de alguns números do referendo de 2007 em relação ao anterior de 1998, para além da esmagadora vitória de um "Sim" a uma questão que não empregou a palavra que melhor retrata o que se estava a votar:

Votos em branco - mais 22.037 votos

Votos nulos - mais 10.322 votos

Percebo perfeitamente que se vote em branco e nulo numa eleição que elege pessoas e partidos. Desenhar uma forma fálica num boletim de voto ou escrever "querem é poleiro" é perfeitamente válida no que diz respeito à expressão democrática, embora não se contabilize como válida para a votação propriamente dita, como é óbvio. Para mim faz mais sentido esse tipo de arte gráfica num boletim de voto que o voto num determinado partido ou pessoa. Mas custa-me a acreditar que alguém esclarecido relativamente a uma questão nuclear de qualquer civilização se dê ao trabalho de se deslocar a uma mesa de voto para exprimir a sua opinião desta forma.  

 

Para além de se poder especular em como a questão "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?", utilizada em ambos referendos, poderá ou não baralhar os cidadão menos formados e informados, interessa saber porque é que em 2007 as pessoas estavam menos esclarecidas que em 1998. E como podemos entender um "progresso" de 18% dos votantes em menos de 10 anos. 

 

José Sócrates não está chocado, está preocupado.



publicado por Marco Moreira às 15:35
Sábado, 14 de Maio de 2011

 

Os pilares que sustentam o milagre de Fátima custaram a ser firmados pela Igreja. O poder do Povo, foi a principal razão pela qual o milagre passou a ter lugar oficial na instituição. Por várias vezes a mesma tentou regular as emoções de forma pragmática, para que o cerne do dogma cristão não fosse violado. Na inviabilidade de convencer os fiéis a não se auto-flagelarem, fizeram-se caminhos menos castigadores para os pagadores de promessas. Pelo menos evitaria que os joelhos ficassem facilmente ensanguentados. A Igreja não tentará mais persuadir os fiéis a deixarem a tradição que eles próprios criaram, porque é preferível um pequeno desvio de fé que grande desvio do rebanho.

 

Hoje, deparo-me com imagens de cegueira teológica e histerismo pagão que pouco ou nada deveriam ter ver com cristianismo, pelo menos do pós-inquisição. Imagens de uma Sexta-feira 13 passada em Fátima durante as celebrações do aniversário da aparição. Uma auréola em torno do Sol captada pelos telemóveis passou a ser a mais comum forma de milagre da região. Fiéis de cabeça erguida davam notícias nos mesmos telemóveis com emocionados relatos: "Oh Mila, está a acontecer um milagre tão grande". "Um milagre!!! Um milagre!!!" gritavam outros de palmas das mãos viradas para o céu. "Bendito seja o Senhor" acrescentavam outros de lágrimas nos olhos num aplauso que se estendeu à multidão.

 

A comunidade científica rapidamente identificou o dito fenómeno. Trata-se do reflexo da luz em pequenos cristais de gelo suspensos na atmosfera, frequente em dias de céu limpo e com as nuvens muito altas.

 

De pouco valeu! A resposta do dito Povo não tardou: "E ia acontecer logo hoje... se eu moro aqui já há 15 anos e nunca tal vi!"

 

É isto que o outro chamava de "ópio do povo", mas na verdade isto nada tem a ver com religião. Isto é mais halloween... Deus me perdõe! 

 


 

Nota: Em 1506 deu-se um "fenómeno" idêntico no Largo de São Domingos. Um cristão-novo contestou o milagre e seguiu-se uma matança. Felizmente ninguém contestou em Fátima. Ainda que não tivessem destino idêntico, evitaram-se pelo menos cenas pouco-cristãs.



publicado por Marco Moreira às 21:42
 
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