É assim que Dominique Strauss-Kahn é considerado pelo menos pela responsável do FMI em Espanha: «Insisto: os delitos são de uma gravidade extraordinária e solidariedade - a minha, em particular - está em primeiro lugar com a mulher que sofreu a agressão, se efectivamente assim foi»
Conclusões:
1. Ou foi a exaltação mediática que acabou por precipitar esta afirmação, ou a pessoa em questão conhece bem Strauss-Kahn e sabe do que é ou não capaz.
2. Não existe nem meritocracia nem justiça na Europa. Tudo leva a crer que a subida de Strauss-Kahn na vida profissional não terá sido premiada pelo mérito, mas por via de outras formas de avaliação de capacidades.
À boca pequena, lá se vão fazendo perguntas pertinentes: Alguém acredita que se isto se tivesse passado na Europa, Strauss-Kahn estaria atrás das grades? O universo "bunga-bunga" na Europa está cada vez mais a descoberto, desta vez graças a um país onde a justiça funciona. Umas vezes melhor outras pior. Mas funciona!
«A população tem de saber o que se passa e o que se passou, uma vez que os senhores do Fundo Monetário e da Europa já sabem, agora já só faltam os portugueses» António Barreto in Lusa 14 Mai'11
Nota pessoal: Há uma parte de mim que quase não quer saber...
Já é sabido o montante da ajuda externa a Portugal:
Medidas de Austeridade:
Nota pessoal: Aguarda-se que a esquerda "patriótica" organize e patrocine mais greves para sabotar o esforços que nos vão ser pedidos. Bonito...
Todos e Rejeição foram palavras que dominaram o discurso de José Sócrates. No seu discurso de 3.317 caracteres e 453 palavras, enfatizou também as palavras “portugueses”, "Portugal" e "República". Mas foi uma outra que não me saía da cabeça enquanto ouvia o discurso. Vejam se descobrem qual é.
Falso, trapaceiro, impostor, fingidor, fabulista, fantasista, ardiloso, embusteiro, enganador, farsante, aparente, ilusório, mendaz... enfim: Men-ti-ro-so. Se dúvidas restassem aqui ficam alguns dos adjectivos que me ocorrem para classificar o demissionário. A revelação da efectivação (oficial) do pedido de ajuda externa é só um dos episódios que fazem dele todos os adjectivos mencionados.
Ora, custa a crer que existem (pelo menos) cerca de 30% de portugueses votantes que vão continuar a querer este indivíduo a guiar os destinos do país. Mas eles existem. As "desculpas" são sempre hilariantes, como não podiam deixar de ser, mas pior que isso é a justificação habitual de que são todos iguais.
Não são! Ninguém na política portuguesa tem tão ténue relação com a verdade como este indivíduo.
Não peçam para acreditar que o pedido foi feito hoje, sem contactos anteriores. Que a possibilidade da ajuda externa não tivesse sido equacionada por ele senão agora. Simplesmente é impossível crer que o mais debilitado ser pensante possa acreditar numa coisa dessas. Por isso, desculpem qualquer coisinha, mas quem votar PS nas próximas eleições não merece o meu respeito.
O "Financial Times" diz-nos que Portugal está a negociar com a União Europeia um pedido de ajuda para ajudar a satisfazer as nossas necessidades a curto prazo. O Gabinete do Primeiro Ministro diz que a notícia é falsa.
Em quem acreditar?...
A visita de estado de Dilma e Lula terá mais na agenda que um simples pro forma diplomático. Ontem a presidenta admitiu ao Diário Económico que "O Brasil poderá ajudar Portugal" nomeadamente no que concerne à compra de dívida pública.
Consequentemente, caso isso aconteça, obrigará Portugal a uma contrapartida futura. Naturalmente Dilma e Sócrates (em caso de uma hecatombe que o designe como "novo" PM) irão salientar protocolos e convergências sempre em nome da já mal tratada língua portuguesa (a tal que une as pátrias irmãs) com uma agenda bilateral em áreas como o ensino nas universidades, as artes de palco, etc. Na certeza que o filão pretendido será a Energia e as Telecomunicações será bom lembrar que "sucesso" na venda de dívida não afasta o recurso ao FMI, embora Sócrates continuar a negar veementemente como opção.
Ao contrário do que sr. Lula pensa, o FMI resolve alguns problemas: SALVA países da bancarrota. Agora não lhe peçam (ao FMI) que dinamize a nossa economia. Isso é já é um problema nosso, digo eu...
«O FMI não resolve o problema de Portugal, como não resolveu o problema do Brasil, como não resolveu outros problemas. Toda a vez que o FMI tentou cuidar das dívidas dos países, o FMI criou mais problemas para os países do que soluções» Lula da Silva, 29 de Março '11
Nota pessoal: Se há coisa que me irrita mais que um vendedor chato, é um comprador que desdenha. Hoje sonhei que o FMI entrava de rompante e nos salvava do Brasil e da China. Depois acordei para esta triste realidade.
De Portugal não há quaisquer notícias no site oficial do Fundo Monetário Internacional desde Outubro de 2010. Há 5 meses portanto. O equivalente à mesma altura em que o Nepal deixou de ter também notícias relacionadas com o mesmo.
Devido à situação em que o país se encontra poderíamos talvez esperar outra coisa. Não por mera especulação, mas simplesmente porque fazendo a comparação com os restantes que formam o chamado grupo dos PIIGS - que se encontram em posição mais delicada dentro da zona do euro, e que actuaram de forma mais indisciplinada nos gastos públicos e se endividaram excessivamente - a diferença de "tratamento" é no mínimo interessante de seguir.
A saber, a última vez que estes países tiveram notícias no site oficial do FMI foram:
As projecções da Economist Intelligence Unit apontavam para déficits/PIB de 8,5% para Portugal, 19,4% para Irlanda, 5,3% para Itália, 9,4% para Grécia e 11,5% para Espanha.
Possa talvez Teixeira dos Santos elucidar-nos sobre as razões que nos levam a não termos notícias relacionados com o FMI há 168 dias. Talvez ele possa explicar como um país que entrou no radar de desconfiança dos investidores e possuir a elevada relação dívida/PIB tenha conseguido ser ignorado durante tanto tempo pela organização que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial.
Sabemos que o segredo é a alma do negócio, mas talvez fosse interessante alguém explicar isto.